Quais as principais diferenças entre uma empresa familiar e uma empresa não  familiar?

Na maioria das vezes que se fala em sucessão, todos os olhares normalmente são direcionados para o preparo do sucessor. Mas como fica o sucedido? Será que ele está preparado para “passar o bastão”? Como ele está diante desta nova etapa da vida? Terá ele construído alguma outra possibilidade para além da posição de empresário, ou é esta a sua vida?

É muito frequente que o sucedido, principalmente se for o fundador da empresa, tenha devotado boa parte da sua vida a serviço do desenvolvimento do negócio. Ele possivelmente não teve condições de se dedicar a outras ocupações, não conseguiu desenvolver outros interesses além da sua empresa, portanto não sabe de que forma ser útil ou sentir-se importante, além da sua posição de empresário. A empresa passou a ser a sua própria vida!

Assim como o sucessor precisa de um plano de desenvolvimento para se preparar para assumir a condução dos negócios, o sucedido precisa de um plano de vida, a ser implementado após a saída da posição de executivo da empresa. Este plano precisa ser estabelecido muito antes do seu desligamento. É preciso construir um olhar desejante para além da empresa, e isso não é algo fácil de ser elaborado.

O preparo do sucedido deve ter o apoio de várias pessoas: dos filhos, cônjuge, funcionários da empresa, um especialista na área. É um trabalho intenso, onde todos precisam contribuir para que haja um desligamento da posição ocupada sem percalços e para que sejam construídas alternativas para a fase que está por vir. Há de se ter um novo sentido na vida!

Apesar de serem normais as dificuldades de “desapegar” do cargo e da empresa, há casos surpreendentes de pessoas que descobrem novas habilidades e que resgatam interesses que estavam adormecidos. Há casos em que sucedidos passam a intensificar atividades que já eram realizadas parcialmente, tais como participação em associações de classes, empresariais ou religiosas, que lhe proporcionam prazer.

Atenção! Se o sucedido não tiver um plano futuro que o deixe estimulado, possivelmente a saída da empresa representará um grande sofrimento, e como consequência, o processo sucessório será bastante árduo.

 SUCESSÃO OU MORTE 

 Eternizando a empresa 

 Depois que o fundador dá vazão a todo o seu potencial na construção da empresa, a sua maior superação é perpetuar a sua obra. Isso significa para o empresário saber realizar o seu processo sucessório. “O Presidente que não sabe preparar a tempo sua sucessão, condiciona a empresa ao seu próprio declínio biológico.” (João Bosco Lodi)

CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO 

 Um facilitador da sucessão 

 A existência de um conselho de administração cria um ambiente favorável à sucessão, pois possibilita um acompanhamento seguro dos negócios por parte do fundador, que pode se afastar paulatinamente das operações, sem riscos excessivos para o negócio, ao mesmo tempo em que pode iniciar seu novo projeto de vida para além da empresa.

 IDADE LIMITE 

 Preparando-se para a “passagem do bastão” 

 O estabelecimento, em acordo de sócios, de um limite de idade para a saída da gestão é uma boa maneira de possibilitar que o sucedido tenha tempo de assimilar a idéia da sua própria sucessão e de se preparar para a sua vida além da empresa.

Danielle Quintanilha Merhi e Adriano Salvi, Sócio-fundadores da UTZ Soluções para Empresas Familiares.

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